Recentemente circulou pela web um apelo meio dramático para que os internautas visitassem o portal “Domínio Público”, biblioteca virtual estatal, que estaria ameaçada de desativação por falta de uso. Bobageada! Era um spam. O serviço está disponível e firmão. Conta com mais 130 mil livros digitais. Tudo grátis.
Segundo os responsáveis pelo portal, trata-se de um “spam” e não é que a primeira vez que ele invade a rede. Mas a biblioteca virtual é, de fato, um dos bons projetos de educação à distância do governo federal. Precisa de divulgação ainda mas o número de acessos já superou os 800 mil mensais. Já foram feitos mais de 24 milhões de downloads de livros, mapas, vídeos, hinos, músicas orquestradas, todas as peças de domínio público.
Pense como é bacana. Um estudante de qualquer cidadezinha de 50 mil habitantes, que muitas vezes não tem nenhuma biblioteca, hoje pode ler Shakespeare. Qualquer professor de geografia do país tem acesso aos atlas mais modernos e também aos primeiros mapas desenhados do Brasil, que são obras raras.
Começou como acervo modesto de 500 títulos, restritos aos clássicos da literatura de língua portuguesa mais manuseados nas salas de aula, como Machado de Assis, José de Alencar, Artur de Azevedo e Fernando Pessoa. Mas rapidamente a biblioteca virtual se expandiu para outros autores também da literatura mundial e hoje já são mais de 15 mil títulos só nessa categoria. Machado de Assis ganhou um “hot site” produzido especialmente para o portal por um “pool” de instituições especializadas no estudo de sua obra. Outras já trabalham num projeto idêntico dedicado a Graciliano Ramos. Há também segmentos específicos como literatura infantil e de cordel. Formatadas em PDF, estão disponíveis 32 reproduções de raríssimos livrinhos impressos em xilografias.
Cultura da boa e grátis. Vai lá!
www.dominiopublico.gov.br
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